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Doença Renal Crônica: problema de saúde pública
Não existem dados suficientes que possam ilustrar a magnitude da incidência e prevalência da Doença Renal Crônica (DRC) no Brasil bem como não há dados expressivos referentes à morbidade, hospitalizações e mortalidade. Se extrapolarmos para a realidade americana, onde cerca de 13% da população apresenta DRC, estima-se que possa haver cerca de 20 milhões de brasileiros acometidos. Segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia, em 2010, 92.000 pacientes faziam programa crônico de diálise (hemodiálise ou diálise peritoneal) com gasto anual acima de dois bilhões de reais e mortalidade anual bruta de 18%.
A redução na taxa de filtração glomerular (TFG), ocorre numa velocidade imprevisível e variável, oscilando entre <1 a 12ml/min. por 1.73 m2 por ano, com declínio usualmente mais rápido na população portadora de nefropatia diabética. Estudos confirmam que hipertensão arterial, hiperglicemia, Proteinúria, doença cardiovascular, estão fortemente relacionados com a velocidade de perda da função renal. O controle desses fatores pode evitar ou minimizar a injúria glomerular e conseqüentemente reduzir morbidade, hospitalizações e mortalidade.
A DRC é comum, grave e tratável, mas deve ser prevenida. Nos estágios iniciais pode ser detectada por exames laboratoriais simples, de baixíssimo custo e o tratamento das doenças de base pode impedir ou retardar a evolução para estágios mais avançados da DRC ou para doença cardiovascular ou morte.
Avaliação dos Rins – Quem, quando e como fazer?
Quem:
– Todo diabético, hipertenso ou com histórico na família de doença renal crônica,
– Indivíduos com infecção de urina de repetição ou com cálculos renais.
Quando:
– 1x ao ano para diabéticos, hipertensos ou com infecção de urina de repetição,
– 1x na vida para pacientes sem comorbidades.
Como:
– Dosar Creatinina e Uréia no sangue,
– Exame de Urina Tipo I (sedimento urinário),
– Ultrassonografia dos Rins e Vias Urinárias.
Autor: Dr. Eduardo de Paiva Luciano – especialista em nefrologia pela UNIFESP; titulado em Nefrologia pela SBN; nefrologista do CHEV e coordenador do Serviço de Nefrologia do Hospital Regional do Vale do Paraíba.