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HR faz alerta sobre acidentes com crianças durante período de férias
O mês de janeiro é para muitas crianças o período mais aguardado do ano. Com as férias escolares, grande parte delas fica mais tempo em casa. Para os pais ou responsáveis, é preciso redobrar a atenção, pois os acidentes infantis mais comuns nas férias acontecem em casa, ainda que também em piscinas, praias e durante as atividades de lazer próprias da época.
Dados do Ministério da Saúde apontam que os acidentes ou lesões não intencionais são a principal causa de morte entre as crianças de um a 14 anos de idade, respondendo por 4,7 mil óbitos e 125 mil internações por ano. Um índice alarmante, especialmente se levar em conta que mais de 90% dos acidentes poderiam ser evitados com medidas de prevenção.
Os primeiros casos de acidentes na infância são registrados antes do 1º ano de vida e ficam mais graves conforme a criança se desenvolve e a dependência diminui. Os acidentes mais comuns conforme idade são:
– Até um ano: quedas e sufocamento;
– de 1 a 4 anos: afogamento;
– de 5 a 9 anos: atropelamento;
– de 10 a 14 anos: acidentes de trânsito.
Para prevenir que estes acidentes aconteçam, algumas orientações e medidas simples são importantes e devem ser reforçadas para garantir férias seguras:
– Remédios: mantenha a farmácia da casa fora do alcance de crianças;
– Tomadas: elas devem ser bloqueadas com protetor para evitar que a criança coloque o dedo ou objetos e receba carga elétrica;
– Fios: ao puxar fios de aparelhos domésticos pode ocorrer o rompimento e, por consequência, carga elétrica;
– Gavetas: coloque travas em gavetas com objetos que possam causar acidentes, como itens de cozinha em geral, grampeadores, clips, canetas e outro;
– Lavanderia: os produtos de limpeza precisam estar sempre identificados e com rótulos para evitar que as crianças confundam com bebidas. Para garantir, coloque-os em lugares altos, fora do alcance de crianças;
– Piscinas: os acessos às piscinas devem ser bloqueados com portões ou cercas. Também é indicado que, sem uso, ela permaneça coberta com lona de material resistente. Lembre-se que o uso da piscina deve ser sempre com a supervisão de um adulto.
– Brinquedos: respeite a idade indicada para cada brinquedo. Se não for apropriado, guarde e deixe fora do alcance.
– Quedas: elas podem ocorrer de janelas, árvores, balanços, móveis, ou mesmo durante brincadeira de corrida. Por isso, atenção! Bater com a cabeça ou pescoço pode sempre trazer consequências muito sérias;
– Brincadeiras: evite brincadeiras que façam a criança acreditar que pode voar e que estimulam pular de objetos. A imaginação pode levar ao acidente;
– Viagens de carro: utilize modelo e posição corretos da cadeirinha para cada faixa etária. Lembrar que crianças menores de 1 ano devem estrar no bebê conforto e acompanhadas de um adulto no banco de trás. Crianças no banco da frente, somente após os 11 anos e se tiverem altura adequada para isso. A regra não se aplica apenas à viagens longas, mas qualquer deslocamento com carro.
À medida que a criança cresce e compreende as situações de risco, ela absorve as informações e evita a exposição. Para que isso aconteça, os adultos devem orientar e estar sempre por perto, principalmente na época de férias.
Dr. Ricardo Marcitelli – Coordenador do Serviço de Pediatria do Hospital Regional do Vale do Paraíba.