Hoje contamos a história da Dona Claudete, paciente que estava em tratamento no HR, sob os Cuidados Paliativos há mais de um mês, e recebeu uma visita inusitada: a do Théo, seu cãozinho da raça Shih Tzu. “Quando nos perguntaram se tinha mais alguém que poderia visitá-la, percebemos que o único serzinho que ainda não veio foi o cachorrinho, que era o companheiro dela”, contou Aline Nascimento, filha da paciente.
A família define Théo como um companheiro de Claudete, que morava com uma de suas filhas e seus dois netos. Apesar de o cão pertencer à sua neta, era Claudete quem passava a maior parte do tempo com ele. De acordo com Aline, Théo era um verdadeiro cão de guarda para a mãe, chegando, até mesmo, a rosnar e avançar nas pessoas que chegassem perto dela.
A paciente foi vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e grande parte do seu cérebro ficou comprometida, fazendo com que sequer respondesse a estímulos. O Cuidado Paliativo é adotado quando o paciente grave, com potencial para terminalidade, passa a receber um tratamento visando a melhora no bem-estar, aliviando um possível sofrimento no fim da vida. No entanto, a visita de Théo foi crucial para que ela tivesse um momento de lucidez. “Ela chegou a nos responder, coisa que ela não estava fazendo. No dia da visita, até falar ela falou”, enfatizou a filha.
Infelizmente, Claudete veio à óbito no início do mês de julho. No entanto, o momento ficará marcado para sempre para a família. “No dia da visita, ela sentiu todo mundo ali. Estávamos eu, minha irmã e meus sobrinhos, e ela sentiu todo mundo ali com ela. Foi um momento maravilhoso! Ela reagiu, coisa que não estava fazendo. Desde o dia 12 de junho ela não respondia, não tinha reação. E com o Théo ali, tivemos esse presente”.
De acordo com Dr. Cesar Augusto Cardoso, responsável pelos Cuidados Paliativos do HR, momentos desse tipo podem ser muito benéficos para pacientes nessa situação. “Nos Cuidados Paliativos cuidamos do paciente como um todo. Então sempre tentamos trazer algo que faça sentido para ele. Para essa paciente, como já tinha uma relação forte com o pet, acendeu alguma chama, que fez ela ter essa reação momentânea e conseguir interagir. Não conseguimos dar uma explicação científica para isso, mas, na prática, a gente observa o quanto é importante ter um momento assim”.