São dois anos de companheirismo, uma troca entre o Sr. Heraldo Collon e o Fred, seu cãozinho da raça Cocker. Inseparáveis, até que uma internação trouxe o dono até o Hospital Regional. No total, foram 36 dias de internação, mas a distância cobrou um peso alto para ambos. “O Heraldo falava dele 24h por dia, acho que até as enfermeiras sabiam do Fred. E o Fred também estava bem abatido: não queria passear, não queria sair da caminha, perdeu 5kg”, disse a esposa do paciente, Viviane Camargo Ferreira.

E a Enfermagem já sabia. Foi graças a esse relato que a ideia de trazer o Fred ao Hospital também virou “opção de tratamento”. A personagem que deu início ao encontro pet já estava acompanhando o Sr. Heraldo há um tempinho: a auxiliar de enfermagem Marcela Camila, da UI 6º andar.

“Eu sempre tento falar com o paciente algo que não é ligado à doença, medicação e tudo mais e foi um dia que estávamos conversando e, do nada, ele falou: ‘Meu cachorro faz uns 5 dias que não come e a gente é muito apegado’, ele abriu o celular e me mostrou as fotos e vídeo do Fred, contou a história de adoção”, relata a colaboradora, que logo após pediu auxílio à Patrícia, da Equipe de Paliativos do HR.

Mesmo não sendo paciente paliativo, começou-se aí uma corrida entre várias áreas que se mobilizaram para garantir esse reencontro, desde a integração de escalas de atendimento do Sr. Heraldo até equipes de portaria e segurança. O resultado: lambidas, carinho e latidos em pleno pátio externo do HR, fato que atraiu muitos olhares curiosos e emocionados pelo caminho.

‘’É bom, mata a saudade tanto minha como a dele, né. O sentimento que o cachorro tem pela gente é puro, a gente sabe que é puro’’, comentou o tutor do Fred. Fato curioso é que cãozinho é adotado, ganhou uma nova família após ser encontrado perdido pelas ruas de São Paulo.

A melhor notícia para o final desta história é que o Sr. Heraldo já conseguiu alta. Ele estava aos cuidados da Nefrologia e já pode ter acompanhamento ambulatorial. Ótimo para ele e para o Fred, que vai poder voltar a pular na cama com o paciente e ficar lá esperando até ele dormir, como sempre fez.